terça-feira, 19 de outubro de 2010

Carlos Gil abre o jogo e conta ao blog a sua paixão pelo Império Serrano

Por: Fernanda França
Colaboração: Jener Tonasso
Foto: Fernanda França

Alô Boêmios e boêmias da Corte!
A entrevista da vez é com o Jornalista e Imperiano de Fé, Carlos Gil. Com muita simpatia e clareza, ele nos conta as suas influências pelo amor ao samba e quais são suas expectativas para o Carnaval de 2011.







Ala Boemia da Corte: Quem o influenciou a ter o gosto pelo Samba?
Carlos Gil: Vem de família. Minha avó adorava carnaval, meus pais sempre curtiram, meus tios. Um foi da bateria da São Clemente por mais de vinte anos, outro sempre frequentou as quadras e desfiles. Sempre convivi com muita gente que gosta do carnaval e das escolas de samba de modo particular e do samba, como gênero musical, de modo geral. Acima de tudo, sempre ouvi muito samba em casa. Não apenas sambas de enredo.
Ala: Há quanto tempo você frequenta o Império Serrano?
Carlos: Sempre fui imperiano. Desde criança, desde o Bumbum paticumbum prugurundum. Assisti a muitos desfiles na TV, da arquibancada, trabalhando na avenida, em 96, ano do Betinho, larguei tudo e fui atrás da escola! Mas a primeira vez desfilando como componente, de fantasia, foi no carnaval de 2002, na homenagem ao Ariano Suassuna. Naquele ano fui a alguns ensaios. A partir de então passei a frequentar mais a quadra também. 
Ala:O que você aprendeu trabalhando junto ao Departamento de Carnaval do Império?
Carlos: Em primeiro lugar tive o privilégio de conviver com pessoas que têm o mesmo sentimento em relação ao Império. Aprendi muito. E fiquei feliz de ter dado uma parcela de contribuição. O trabalho voluntário é gratificante porque é fruto da paixão. Não ganhei um centavo, fui pago em amizade, companheirismo. Conhecendo as estruturas pude entender a complexidade de uma escola que é, acima de tudo, democrática. E precisa saber lidar com isso. São muitos os problemas e desafios. É urgente a necessidade de uma reestruturação e profissionalização do Império Serrano se quisermos reviver glórias passadas e cumprir a função social que nos cabe como entidade divulgadora de cultura e lazer, principalmente para uma região populosa e carente como é a área de Madureira e adjacências.
Ala: Em sua opinião, em matéria de Escola de Samba, o que o Império Serrano tem de diferencial em relação às outras escolas?
Carlos: Um estatuto democrático. Uma escola sem donos, aberta à comunidade, que tem conseguido, ainda que com percalços, manter um ambiente familiar. Do ponto de vista histórico é difícil que alguma agremiação tenha a história de lutas, de liberdade, de formação de talentos igual à história imperiana. Aqui surgiram grandes compositores, passistas, mestres-salas, portas-bandeiras, mestres de bateria. Enfim, o termo “Uma Escola de Samba” cai como uma luva para o Império. No Império o samba, essência de tudo o que se espera de uma escola, sempre foi bem tratado.
Ala: Você é a favor ou contra a reedição de Samba-Enredo?
Carlos: Acho que foi importante em determinado momento. O Império trouxe “Aquarela Brasileira” de volta quatro décadas depois. Naquele ano a quadra lotou, a procura por fantasias foi enorme e a escola poderia até ter capitalizado mais com isso. Mostrou-se um acerto, mas com prazo de validade. Em 2009, “Lendas das Sereias” teve bom desempenho nos ensaios mas não no desfile, que é o grande momento da escola no ano. Ficou a impressão de um erro estratégico naquela ocasião. Acredito que reeditar não seja a melhor solução. Engessa a ala dos compositores, tira arrecadação da quadra porque acaba com as eliminatórias e finais de escolha de samba. Além disso, atualmente, a reedição passou a representar no imaginário do jurado uma apelação de escola que quer garantir notas 10 num quesito porque não se garante nos outros. Nem concordo com essa teoria, mas é preciso pensar, também, com a cabeça do jurado.
Ala: Qual foi o desfile do Império Serrano que mais o emocionou?
Carlos: É sempre uma emoção entrar na avenida com o Império. Mas o título de 2008, com Carmen Miranda debaixo de um temporal, vai ficar marcado para sempre na minha memória afetiva. Ao dobrar o “joelho” do setor 1, o dia quase amanhecendo, um dilúvio, e ver as arquibancadas cheias, aguardando a passagem do Império, nos deu um gás inexplicável, uma energia diferente. Saímos da avenida campeões. O resultado da quarta-feira só confirmou algo que todos aqueles que estavam lá sentiram.
Ala: O que você achou do Império ter escolhido Vinicius de Moraes como tema para o Carnaval de 2011?

Carlos: Acho um enredo rico e estou curioso para ver o desenvolvimento embora a sinopse não revele muito. Há diversas formas de se explorar o personagem Vinícius. Espero que o Império vá por uma linha leve, do personagem irreverente, criativo, que seja lírico. É a oportunidade de fazer a ponte da cidade partida. De Madureira levar para a avenida o garoto de Ipanema. Queria ver uma escola alegre, bem vestida, ousada nas alegorias. Temos sambas bons concorrendo, para nos representar à altura. Torço pelo Alexandre Colla e me coloco à disposição do Império para colaborar na divulgação deste enredo e em soluções para mostrar que vamos, como sempre, brigar pela vitória.

Ala: Você poderia deixar um recado ao pessoal que não só curte o Império Serrano, mas a Ala Boemia da Corte?
CarlosNão me perguntes pra que samba eu vou, porque eu direi que vou pro Império, sim senhor. Sou imperiano na alegria e na dor. Vem você também! O Império está sempre de braços abertos para todos.

2 comentários:

  1. Sabe tudo!

    Carlos Gil honra o Império Serrano.

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  2. Bela entrevista Carlos Gil!Imperiano de fé não cansa!
    abraço!

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